terça-feira, 30 de março de 2010

Do paraíso à escuridão

 
Não é porque se tem mais de uma escolha, que se têm mais chances. Uma terá que escolher, e a outra perder. Mesmo que não seja para mim, mesmo que não faça parte de mim. Do paraíso à escuridão. Escuridão que pode ganhar luz e certeza; Paraíso que perde as cores e a exatidão. Basta querer confiar no extinto, basta querer ousar em arriscar. Tenho dúvida se arrisco, por isso fico da janela observando; Mas irei sair, eu acho que sim. Pois que graça terá ficar só olhando e não sentir a adrenalina correndo pelo corpo?


terça-feira, 23 de março de 2010

Confie!






Seus braços sempre tiveram abertos, acolhiam todos e mais alguns. E os seus conselhos seguiam e confiavam, não tinha quem não pensasse no quanto era bom. Sempre sonhou em ser livre, se pudesse um dia voaria para sentir o gostinho da adrenalina. O caminho novo amedrontava, lhe tirava o sono e sua confiança, mas chegava a se questionar “Como saberei se não for?" Pois a cada queda, a cada golpe ou qualquer deslize, aprenderia que pode levantar equilibrar-se e seguir mesmo com receio. De tantos conselhos que destes, ouviu muitos para seguir em frente; Mais vale errar e sofrer do que sofrer sem nem ao menos ter tentado uma única vez.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Voar no tempo...


Ter tempo, fazer o tempo correr, pará-lo quando puder.
Tempo nós temos, mas, não aproveitamos da devida forma. Com isso o tempo corre e quando nos encontramos em um maravilhado momento queremos pará-lo, para que dure ainda mais. Temos tanto pressa, tudo é pra ontem. E tudo isso porque na maioria das vezes falamos em bom tom que viver o Agora é o que realmente importa. E quando não dá certo jogamos a culpa no tempo. Já não sei se é bom ou ruim.
Esperar me cansa, mas tenho medo de ir longe demais, mesmo quando tenho vontade de voar. Voar no tempo... voar como uma pequena borboleta. Enquanto isso o tempo continua a passar e o Agora vira o Depois... e depois e depois.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Quase 7


Seria como estar dormindo, mas estava acordada.Quieta, sentada, os fones de ouvido invadiam e me traziam uma música barulhenta que talvez me acordasse de uma vez. Eram quase 7 da manhã, meu destino estava próximo, mas, quando menos esperei observei um sorriso passando entre os lugares, na verdade alguém que tinha aquele sorriso, onde os dentes não apareciam, mas nem precisavam para me chamar atenção. Por sua vez, ele era alto e o uniforme cinza caia muito bem, ainda mais para aquela manhã nublada. Só me olhou nos olhos apenas uma vez, porém, seus olhos diziam tanto que me perdi só de admirar e nem disfarçar eu pude, não conseguia. Logo se sentou em minha frente. Pude admirar por minutos incontáveis, seus cabelos castanhos e sua mão que às vezes bagunçava o cabelo. Ao se levantar notei mais alguns detalhes, ele também escutava música, dessa vez seus olhos que sorriram, mas em seguida desceu do ônibus. Não sei se vamos nos reencontrar, não sei ao menos seu nome. Só guardei os olhos marcantes que me desafiaram.

sábado, 13 de março de 2010

Falsa perspectiva



Encontrei-me perdida no meio de tanta perspectiva, onde quem alimentava tudo isto era apenas eu. Afoguei-me em tantas perguntas que não tinham resposta, pois elas não chegavam a você e não saiam de dentro de mim. Minha intuição pedia para ter calma, e segui mesmo com tanta dúvida entre esses passos. Cheguei ao ponto de pensar que havia perdido, e ainda penso seriamente nessa possibilidade, mas, tenho a certeza que ganhei em viver; Pois sei o que fiz, o que quis, e que valeu a pena até não existir mais. Encontrará meu sorriso agora somente quando eu quiser, não terá a sorte de desfrutá-lo espontaneamente; Até porque não deixarei de sorrir. Foi apenas mais uma trilha do meu caminho...

quinta-feira, 11 de março de 2010

Uma música



Começaria com letras, formariam frases e depois pensaria em alguma melodia; Algo harmonioso, talvez incorreto e abobalhado. Certamente citaria meu fascínio pelo brilho de seus olhos, que me respondem exatamente o que eu quero saber sem nem ao menos ouvir sua voz. Por vezes tua incerteza e sua falta de confiança fariam parte de tudo aquilo, porém, teus abraços e claros conselhos esclareceriam tudo àquilo que atormenta. Tentaria fazer uma música, mas não consigo, não tenho dom para isso. Então cantarei no pé do seu ouvido a música, a nossa música, em tom baixinho para que somente você escutasse e quando eu voltasse a olhar em teus olhos, eles estariam com o brilho mais fascinante de todos, e a música que eu queria tanto fazer não precisa ser feita, fizeram uma sem saber que seriamos nós. E que passem os anos, lembraremos da música, do brilho dos olhos, e de nós.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Uma fase

Não se cansam de falar que tenho que seguir em frente; Mas esquecem de dizer que o futuro surpreende. Do meu passado já sei, e vou lembrando aos poucos de alguns detalhes; Mas insisto em voltar no que já tinha deixado. Faz-me bem reviver, sentir outra vez a sensação do que me fazia tão bem; Não há mal nisso... Não há! Difícil é quando se quer o passado junto do presente. As sensações ficam mais difíceis de compreender, mesmo sabendo que não há compreensão exata. Eu nunca sei quando estou no futuro, no passado ou no presente; Misturo e abuso de cada um por vários momentos. Ao invés de três fases prefiro ter apenas uma: o meu momento.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Papel e caneta



Destacado, perdido, sozinho, largado. Atento a todos os assuntos, assuntos desconhecidos, só às vezes me trazem sentido. Sou alguém, porém, sou mais um este lugar. Ruim para alguém que necessita de atenção e compreensão. Não é exibicionismo, é só carência de atenção. Não é egoísmo, talvez seja um pouco de minha parte, mas não quero que seja. Um viajante sempre está com alguém,mesmo que esse alguém seja ele mesmo. Mesmo que a viagem seja de um bairro ao outro, e até de um país a outro. Ser um viajante é sair de onde está e ir aonde se deseja chegar; Ir e chegar, simples. É correr contra o tempo, ou fazer com que ele pare, pelo menos por alguns segundos. O segundo que se para é aquele onde se observa seu espaço naquele lugar, caso eu levante e saia irá continuar seus afazeres e depois perguntarão por mim. Só porque sou um viajante, um novato. O que é um lugar sem os novos? Algo chato! Essa é a melhor resposta, pois um dia tudo cansa, até o novo.
Minha sorte é que sempre terei um bloco de papel e canetas, canetas e mais blocos de papel. Não cansarei de escrever meus pensamentos rápidos e às vezes com sentidos. Às vezes escrevo para que eu leia e apenas isso. Outras vezes penso assim, e muitos lêem. Poucos entendem o que eu realmente quis dizer com tudo aquilo. Outros entendem só o que querem entender e usam como um pequeno conselho, que de conselho não tem nada, pois ele já pensava aquilo e continuou pensando, lendo e desfigurando o que eu escrevi. Interpretar é algo que sempre será diferente para cada um, e que bom que é assim. Cada ponto de vista tem o sentido exato do que se quer entender e nada mais. Tenha blocos de papel e canetas, de uma simples frase chegará a conceitos que nem você pensava que saiba. Escrever é entrar em contato consigo mesmo.