terça-feira, 19 de abril de 2011

À mercê

Perder mais uma noite com a lua cheia a espera.
E permanecer sentada à mercê do que viera.
É alma que se desanima, intriga e palpita.
Volta-se a ativa.
Ignorando possíveis barreiras.
Desviando qualquer pensamento óbvio.
Até os complexos.
Apenas objetividade.
A máscara da vontade.
Guiando entre os becos escuros, tais que clareiam com o passar;
Do tempo, talvez.
Escassez.
Nenhuma noite é vazia, mas o que a completa ultimamente não preenche e sim avisa o quanto tudo isso permanece pequeno. Sem encaixe. Daí surge as noites de lua cheia, trancadas, frias e singelas. Porém limitadas. Pensando o que me espera.

sábado, 9 de abril de 2011

Asas ao vento

Por onde vou, por onde estou, pra onde quero ir?
E aí me pego pensando em ti.
Será que basta apenas um vôo em plena tarde?
Que no final me canso até mesmo de minhas próprias asas.
Guardando-as temporariamente.
A indagação que se encontra não me sufoca; Provoca.
O que é liberto me dá asas,
Espontaneamente a voar.
Mas as mesmas asas não me guiam com atenção.
Asas ao vento.
Sem ilusão.
Daí não quer e volta a querer.
No café amargo gotas do meu próprio egoísmo;
Insisto em beber.
É por pensar em mim, que penso em mim mesma.
Só que o frio já vem,
A chuva teima
E o medo atormenta.
Vou voar.
Mas, pousarei aonde o coração deixar.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Alguém

Alguém em um caminho distante,
movimento constante.
Alguém assim, dos trejeitos despercebidos.
Berrou não ao fácil, querendo a miragem.
Ao desvendar dos mistérios que pairam na maioria das vezes em uma só mente.
Alguém no meio de muitos.
Há loucura, sangue, desejos e sonhos; Mesmo ao desmoronar, com gotas do céu.
Amargo fim que leva a cada canto da rua, as gotas já sujas de ilusões.
Que sofra, socorra e perdoe-me.
Que insista e intensifique o querer em questão.
Trágico é o que a gota faz, desfaz e leva tudo.
Sem regras e possíveis direções.
Alguém dos olhos cansados, porém inquietos. Conseguem ver o que nem mesmo aconteceu.
E de cena em cena eles filmam os lances, até que  a noite paira e tende-se a dormir.
Caindo no mais profundo dos sonos.
Alguém disposto ao brilhar no amanhã, pois a luz está em si. Basta sorrir.
Alguém assim não cansa,
surpreende a própria vida.
Ah... ser alguém.