sexta-feira, 31 de maio de 2013

Certa-errada

Sensação de estar completamente certa por estar errada.
Certamente se houvesse mais ação ao invés de imaginação.
Imagine o poder de uma esperança, que cansa de tanto esperar.
Espero que eu possa gritar.
Grito este que ecoa lá fora, que destrava, revigora.
Ou as vozes alheias que atormentam em te interrogar, questionar o tempo perdido.
Perdida, vaga, porém não vazia.
Uma ligação de trejeitos e defeitos,
sem pertencer e se libertar.

Sensação de estar completamente errada por querer estar certa.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Máscara


Há um repertório de músicas, capazes de mudarem o humor, no caso o meu, em segundos.
A cada letra e melodia tocada, uma foto ou lembrança é marcada.
Seria possível sentir-se feliz e triste ao mesmo tempo?
Tempo este que se prolongam a meros segundos.
Há uma incerteza maior do que a de antes.
Um vazio e preenchimento, incompreendidos.
Um abrir e fechar de olhos mais lentos do que de costume.
Porém, não me preocupo como antes. Não... Não.
Pra que se preocupar em vão?
Estou bem assim. Mesmo quando o vazio é maior.
Mesmo quando não sei mais o que pensar.
Mesmo quando a música para de tocar.

Máscara por máscara, prefiro a que sei domar.
Apenas uma parte de mim se consagra assim.
A outra sustenta o devaneio de uma loucura insana.
Capaz de ser irreconhecível por olhos alheios.
Do vício da promiscuidade.
Guiando-me pela vontade.
Na loucura de viver.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O frio e chuva


A noite estava nublada demais, e o vento frio dava-me a certeza de que algo possivelmente aconteceria, fora do normal.
Ao sentir um arrepio e a pontada no lado esquerdo do peito, pausei-me do mundo e das pessoas que estavam ao meu lado.
Em passos lentos segui sem um possível rumo, meus pés sabiam a direção, apenas eles.
Mãos geladas, ao ponto de congelar aquele pingo d’água. Água que caíra do céu, deslizando em minha face.
Com o olhar nas nuvens, notei a chuva que se aproximara.
Voltei o olhar à frente e era inevitável não notar a presença, a tua presença.
A distancia era relativa, mas, considerável.
Arrisquei em alguns passos, mas, depois não consegui mais.
Avistava apenas aquele olhar que me fascina.
E as gotas formavam o cenário da mais perfeita noite fria.
Era como não conseguir o que tanto queria.
Em dois pólos cada um de nós.
Aquela chuva só decretou que ficaria ali parada, completamente molhada.
Os olhos marejados, a culpa no coração.
A esperança derramada.
E eu estava pronta a lhe dizer o que sempre me pediu.
Só faltou chegar a mim.
Descobri que não posso fazer tudo.
E quando espero que façam no mínimo uma coisa por mim, a mim, não fazem.
O frio e a chuva acolheram-me bem.
Pois meus passos voltaram da onde eu deixei o meu mundo.
E a um estralar de dedos, todos voltaram.
E apenas eu, senti tudo aquilo.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Banho quente.


Capaz de uma noite eu lembrar de você. E imediatamente esquecer de mim.
Naquele banho quente e demorado, com a música ao lado, duas águas se misturaram, a outra era de minhas lágrimas.
O mundo parecia ter parado e como se fosse possível, só eu ter restado.
Água cristalina, a fumaça e a neblina; Um corpo à mercê da espera.
Daquela mente repleta de lembranças, o vazio da esperança consumia por completo.
E o peito palpitava, apertava.
Mesmo não se tendo mais nada.
Ah... Silêncio, lembranças e desejos.
Consumistes-me tanto que quero partir daqui.
Uma sorte é guardar pra mim.
Aos olhos alheios tudo é passageiro.
Ninguém precisa sentir a dor que domina.
Dê-me alegria, é o que eu peço.
Na estrada dos mistérios, eu sigo pra não voltar.
Há muito por vir e descobrir.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Silêncio

O silêncio é mais destruidor do que as palavras severas.
Não se pode distinguir o que é real.
O oculto é ensurdecedor.
Cultiva a dor, deixando-a em pedaços;
A cicatriz não cura. Há marcas.
Por mais que a face se transforme em muitas,
Tentando driblar a dor.
Dor que se derrama no vinho, no auge de uma sexta-feira à noite.
 Atrevo-me a dizer que: de dor não sinto nada.
Já me basta esquecer o que me deixou marcada.

domingo, 19 de junho de 2011

Neblina

Naquele dia de céu claro, todas as palavras pareciam estar na mais perfeita harmonia; Uma ligação de trejeitos que nem ao menos podia acreditar que podiam existir nessa atmosfera.
O que não se contava, entendia-se com o olhar –algumas vezes –
O primeiro dia sem sol mostrou como é ruim quando você se acostuma com o calor e o que lhe resta é o vento frio. Aquela neblina não me deixava enxergar com exatidão.
Aquele coração aflito. Tão forte-aflito.
Sendo uma coisa só, se fosse possível.
Isso explica o porquê das dúvidas, das noites promíscuas e dias conturbados.
Acreditar que o sol fique por muito tempo.
Me custa acreditar até mesmo quando não ligo.

Viajante

Querer e ter são palavras muito fortes, mas, não me impede de querer ter algo ou alguém.
Nem que seja ao menos eu mesma.
No desfazer do querer sobra apenas minha vontade de voltar.

Daí, o céu estrelado que por sua vez brilha, quer ofuscar a noite; Sem dar bandeira ao viajante.
Meliante, que anda em sua direção. Talvez na mão, milhares de segredos e um pensamento incompreendido pelos olhos.

Pois há uma ventania tão enlouquecedora, que ouso em dizer que aquela que já brilhara, caiu do céu, sentindo o medo que eu temia.

A sorte talvez fosse teu sobrenome, caiu nas mãos do viajante certeiro; Que mesmo parecendo perdido, não queria lhe passar insegurança. As mãos cansadas, porém, confortantes, fizeram o favor de tirar a poeira que teimava em te inibir. Fazendo até ela sorrir, do jeito dela, do jeito que ele possa entender.

O céu está logo ali, faça-me sorrir.

sábado, 28 de maio de 2011

As vezes

O mais doloroso é sentir o que corroeu.
Não só na alma, mas, na pele.
Algumas das vezes nem se quer aconteceu.
Não existiu. E morro de saudades.
Já me dopei de melancolia no café,
Até cair naquela cama fria.
Pior mesmo quando a nuvem paira,
A mente atende, e ri do a pele sente.
No fechar da noite, o vinho carregava um fugaz devaneio.
De pernas bambas, parei.
Havia sentimento ali que nem a mim pertencia.
Na pia, os deixei.
Acontece as vezes, no silenciar de meus encontros comigo mesma.

terça-feira, 19 de abril de 2011

À mercê

Perder mais uma noite com a lua cheia a espera.
E permanecer sentada à mercê do que viera.
É alma que se desanima, intriga e palpita.
Volta-se a ativa.
Ignorando possíveis barreiras.
Desviando qualquer pensamento óbvio.
Até os complexos.
Apenas objetividade.
A máscara da vontade.
Guiando entre os becos escuros, tais que clareiam com o passar;
Do tempo, talvez.
Escassez.
Nenhuma noite é vazia, mas o que a completa ultimamente não preenche e sim avisa o quanto tudo isso permanece pequeno. Sem encaixe. Daí surge as noites de lua cheia, trancadas, frias e singelas. Porém limitadas. Pensando o que me espera.

sábado, 9 de abril de 2011

Asas ao vento

Por onde vou, por onde estou, pra onde quero ir?
E aí me pego pensando em ti.
Será que basta apenas um vôo em plena tarde?
Que no final me canso até mesmo de minhas próprias asas.
Guardando-as temporariamente.
A indagação que se encontra não me sufoca; Provoca.
O que é liberto me dá asas,
Espontaneamente a voar.
Mas as mesmas asas não me guiam com atenção.
Asas ao vento.
Sem ilusão.
Daí não quer e volta a querer.
No café amargo gotas do meu próprio egoísmo;
Insisto em beber.
É por pensar em mim, que penso em mim mesma.
Só que o frio já vem,
A chuva teima
E o medo atormenta.
Vou voar.
Mas, pousarei aonde o coração deixar.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Alguém

Alguém em um caminho distante,
movimento constante.
Alguém assim, dos trejeitos despercebidos.
Berrou não ao fácil, querendo a miragem.
Ao desvendar dos mistérios que pairam na maioria das vezes em uma só mente.
Alguém no meio de muitos.
Há loucura, sangue, desejos e sonhos; Mesmo ao desmoronar, com gotas do céu.
Amargo fim que leva a cada canto da rua, as gotas já sujas de ilusões.
Que sofra, socorra e perdoe-me.
Que insista e intensifique o querer em questão.
Trágico é o que a gota faz, desfaz e leva tudo.
Sem regras e possíveis direções.
Alguém dos olhos cansados, porém inquietos. Conseguem ver o que nem mesmo aconteceu.
E de cena em cena eles filmam os lances, até que  a noite paira e tende-se a dormir.
Caindo no mais profundo dos sonos.
Alguém disposto ao brilhar no amanhã, pois a luz está em si. Basta sorrir.
Alguém assim não cansa,
surpreende a própria vida.
Ah... ser alguém.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Lembranças

Não se tratava de alguma doença, mas, já me sentia curada de certa forma; Daí, as visões resolvem aparecer novamente, completamente do nada; Sem pedir permissão. Ora, que atrevo esse, não? Estava quieta, e com a certeza que estava quieta demais para uma complicada eu.
Os dias fizeram seu papel e passaram como se não houvesse mais nada; Certo eles. A cada esquina que contém teu nome ou tua presença, passaram a sumir; Também sem pedir coisa alguma.
A passagem era menos dolorosa, nem mesmo a batida daquela música tinha o mesmo efeito que causava em mim. Es que em mim às vezes não parece ser o que era; Não passiva ao ponto de deixar tudo passar; Mas, não me queixo e sinto-me levar.
Daí, as vozes voltam, o perfume de todos é o mesmo; é o teu. Meu riso vem sozinho, daquilo que já nem lembrava mais. As ruas falam, o coração quer concordar junto delas. Fazendo tudo isso se juntar e me fazendo despedaçar como uma pétala de uma simples rosa.
Sorte ou não, é passageiro. Batidas lentas, fracas, sublimes. E você lá, há uma distância que nem eu mesma sei contar. Pobre de quem não tem lembranças e não pode nem ao menos se afogar nelas.