quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O frio e chuva


A noite estava nublada demais, e o vento frio dava-me a certeza de que algo possivelmente aconteceria, fora do normal.
Ao sentir um arrepio e a pontada no lado esquerdo do peito, pausei-me do mundo e das pessoas que estavam ao meu lado.
Em passos lentos segui sem um possível rumo, meus pés sabiam a direção, apenas eles.
Mãos geladas, ao ponto de congelar aquele pingo d’água. Água que caíra do céu, deslizando em minha face.
Com o olhar nas nuvens, notei a chuva que se aproximara.
Voltei o olhar à frente e era inevitável não notar a presença, a tua presença.
A distancia era relativa, mas, considerável.
Arrisquei em alguns passos, mas, depois não consegui mais.
Avistava apenas aquele olhar que me fascina.
E as gotas formavam o cenário da mais perfeita noite fria.
Era como não conseguir o que tanto queria.
Em dois pólos cada um de nós.
Aquela chuva só decretou que ficaria ali parada, completamente molhada.
Os olhos marejados, a culpa no coração.
A esperança derramada.
E eu estava pronta a lhe dizer o que sempre me pediu.
Só faltou chegar a mim.
Descobri que não posso fazer tudo.
E quando espero que façam no mínimo uma coisa por mim, a mim, não fazem.
O frio e a chuva acolheram-me bem.
Pois meus passos voltaram da onde eu deixei o meu mundo.
E a um estralar de dedos, todos voltaram.
E apenas eu, senti tudo aquilo.

3 comentários:

Almir Albuquerque disse...

É um poema muito bonito e inspirador. O inverno sempre me deixa mais reflexivo, eu gosto do clima.

Grande abraço
Almir Ferreira
Rama na Vimana

Marcelo Vieira disse...

Gostei, é um tema que me agrada, frio e chuva!

C. disse...

Tu escreve maravilhosa e encantadoramente bem. Não me canso de repetir. Que poema delicioso!